Em busca

14 outubro 2005

O que vejo

"Não me assusto mais com o que vejo
Talvez por ter perdido a inocência,
Maldita experiência.
Engulo tudo como uma papa
desce tudo tão fácil agora
onde está aquele rebelde
e os protestos que fazia até contra si mesmo?
Foram sumindo junto com os meus cabelos.
Estou procurando minha silhueta no horizonte,
vejo como figura embaçada.
VEJAM e aprendam, busquem enquanto há força
chorem e celebrem a ignorância,
mas não desistam, vibrem
com a mais simples das idéias
mesmo não sendo suas.
Sejam vocês mesmos, isto é difícil
mas não esperem a força das convicções passarem
lutem por elas."

01 outubro 2005

Minha filha...

"Eu vou sorrir pra você,
farei canções com seu nome
vamos juntos brincar e correr
seremos amigos , isto eu prometo.
Não deixarei de dizer todo dia
Amo você.
Terá orgulho de mim,
serei seu modelo
serei seu escudo
seu barco
seu porto
levarei você em meus ombros
deixarei que caia
para que sinta a dor,
mas ampararei sua queda
para que a dor não seja intensa.
Vamos conversar muito
sobre livros, sobre filmes
sobre amores, sobre a vida
serei seu mestre.
Pedirei desculpas e aprenderei com você.
Seja bem vindo,
estou esperando você"

16 setembro 2005

Soy...

"Não me encontro em lugar nenhum, sem pátria, sem rumo, sem destino.
Se alguém me encontrar perambulando por aí, vê se encontra algo em mim, digno de valor, digno de ser lembrado e me acorde deste sono em que estou.
Não preciso de muito, quero apenas a verdade, a voz , o toque, só não quero as palavras , a soberba dos que pensam que sabem e se sabem porque não encontram também seu caminho, cegos guiando cegos, vão ao inverno também, inverno de suas almas secas de sua mente torpe de sua vida hipócrita.
Não se aproximem, se não me amam, não se aproximem, desprezo sua compaixão plástica, seu sorriso morto, sua obrigação em ser bom.
Onde encontrarei amigos de verdade? Pessoas que não busquem satisfação em me ver cansado, exausto, que não usem minhas palavras, minhas histórias de dor, para diminuir sua miséria e desejo.
Prefiro ficar só, a tê-los ao meu lado."

28 agosto 2005

Longe...

"Estou longe de saber quem é Deus,
nem ao mesmo sei se existe alguém assim,
eterno, onisciente, onipotente, onipresente
e se existe por que se importaria comigo?
Não posso vê-lo, cobram-me fé para isto
acho que já tive um dia.
Pra mim preciso de algo real, alguém não só que me ouça,
mas que fale comigo, independente da minha fé.
Meu corpo anseia, minha alma tem sede
minha mente busca incessantemente este alguém.
Quero que seja verdade,
preciso na verdade que seja assim.
A vida é meio sem sentido, será que precisa de um?
Eu sei que eu preciso,
o tédio é cruel
coloca-me de cama
enche-me de preguiça e acaba com minha vontade de pensar.
Existe este Deus que vem aos homens?
Este que conforta?
Que é pai , amigo e que se importa?
Eu ainda não encontrei com ele.
Talvez eu seja cego e ele já encontrou a mim."

Livro...

"Sou livre, sou um livro
sou páginas e letras
recrio minha vida em muitas mentes
sementes.
Sou o mesmo sou diferente,
deixo-me folhear.
Alcanço fadas e castelos,
tenho dragões e cavaleiros,
histórias, crônicas e textos.
Sinto-me as vezes morto, quando estou junto dos mortos
quando estou perto das almas mudas e cegas,
quando me fecho pro mundo.
Sou livre como Peter Pan
e enquanto houverem crianças
enquanto espíritos sequiosos crerem em fadas
minha luz brilhará
e serei sempre livre,
ao lado de todos os livros".

13 agosto 2005

Meu pai...

"Conto nos dedos de uma mão,
nem são necessários todos,
os conselhos que recebi de meu pai.
Melhor assim, pois então não os esqueço.
Existem pais que falam muito, outros que se ausentam
e aqueles que amam como podem e sabem.
Há ainda os filhos que escutam pouco, que não amam e não sabem
o poder de olhar nos olhos e enxergar o coração.
Não consigo olhar para meu pai e não ver seu coração,
pois é ele que vem a frente.
Lembro de ser criança e dizer:-Nossa meu pai é grande!!!
É bom hoje eu ser grande e ver que maior que meu pai é seu coração.
Gosto de medir um coração, não pelos erros, não pelos momentos
mas antes pelo ser, pelo que o move, seus motivos.
Não sei dizer "te amo" de forma tão natural, nunca ouvi meu pai me dizer isto
mas não sinto dor alguma , bastam pra mim seus olhos;
dando-me adeus quando em deixou em Lages,
parabenizndo-me e dizendo:-Eu sabia- quando passei no vestibular.
Até seu silêncio me faz pensar que tem orgulho de mim.
Estou bem, sei que ele sabe.
Amo este homem, meu amigo, meu pai.

24 julho 2005

Morro...

"Gostaria de sair da sombra que causo,
caminhar descalço sobre as pedras quentes,
deixar-me cair sobre o asfalto,
beijar o solo em que me mato.
Morro um pouco hoje,
um pouco mais amanhã e não sei porque
ainda me preocupo em explicar, tentar agradar
a aqueles que não estão nem aí pra mim.
Se eu fosse embora agora,
achasse outro mundo
um além-daqui
onde ninguém me achasse
nenhum destes mortos que me seguem
que me perseguem e não cansam
de agarrar os meus pés
tentando me prender em seu tempo.
Morro quando não sou eu mesmo,
um pouco ontem, hoje prometo não mais me deixar morrer."

15 julho 2005

Então...

"Se é pra ser egoísta, que eu não seja onipotente,
onipresente eu não serei se é pra ser carente de amor,
Entregue estou
não sou domínio, não possuo mapas
sou sozinho e ando ao redor de mim
Olhar de fora é mais fácil
assim julgo a mim mesmo sem piedade.
Qual seria o fato, fátuo, em que me apoio?
Longo e interminável desejo
anseio que me domina
enchendo os bolsos de respostas
de onde caem enquanto caminho ao largo.
Não quero que ninguém siga meus passos,
não quero discípulos
não quero ser exemplo.
Sofro como Aquiles o medo de ser esquecido,
mas ser lembrado como?
Se sou apenas um louco sem rumo, sem graça
parcela de vidas
pequeno
nada.
Se é pra ser egoísta que eu seja eu mesmo
e que encare de frente
que eu grite na face
que olhe nos olhos
e veja além do pequeno que sou
e seja talvez alguma coisa para alguém."

24 junho 2005

Grão de areia

"Que saudade de você meu amigo,
você que é um grão de areia com um oceano inteiro na cabeça,
você que nunca deixa que eu esqueça,
livros e personagens,
risos de Charles Chaplin,
vinho de madrugada,
viagens de trem,
conversas sem sentido que hoje ainda ressoam em mim.
Queria você sempre ao meu lado,
só pra rir um pouquinho.
Gostaria de contar minhas dores e mágoas, falar sobre a longa estrada
falar dos espinhos.
Siga agora seu caminho
eu seguirei o meu
ainda que longe um do outro
seremos eternamente amigos."

21 junho 2005

Absorver

"As vidas pelas quais passei, as que passaram por mim
os toques, os sentimentos, as dores e momentos
detalhes, diferenças incríveis.
Verdades únicas, irrefutáveis pensamentos
deuses de seus mundos
mundos chatos, mundos loucos
mundos simples, lindos mundos.
Queria absorver estas vidas
sentí-las como se fossem minhas
sem inveja, apenas a essência
pegar o que é puro.
Acho que assim seria completo,
com um pouco de todos em mim."

18 junho 2005

Ungry

"Comam seus vermes, acéfalos, seguidores do seu ventre,
Adoradores de Mamón, que se prostituem,
limitados em seus pensamentos
parasitas da criação alheia.
Vendam suas mães enquanto encontram preço
deixem porém viver os que não são como vocês.
Prostrem-se diante de seus feitores
que lhes açoitam as costas e lhes esbofeteiam
enquanto vocês lambem suas botas.
entreguem suas almas e quando perceberem
serão seres patéticos
dignos de pena
por não terem mais vida.
Virá o dia em que pessoas como vocês, que fazem tudo para ter poder
encontrar-se-ão sozinhos cercados pelas hienas ,que hoje estão em seu bando,
apenas esperando um tropeço para devorá-los e neste dia não haverá perdão
assim como vocês nunca souberam perdoar."

12 junho 2005

Agora chove...

"Ando chutando a água que corre pela sarjeta
encharcando meus sapatos velhos
vontade de sentar ali
o que vão pensar de mim
não mais importa
se não sou mais criança
a sensação ainda é a mesma
amena.
Não quero voltar pra casa
agora sou eu mesmo a chuva e escorro
pros bueiros escuros
arrasto comigo o resto dos outros,
cartas, papéis de bala, cigarros
latas velhas, garrafas
restos em minh'alma.
Não voltarei mais às nuvens,
as brancas nuvens
de onde um dia saí.
Não voltarei a lugar nenhum
não há nada parecido com um lar para mim."

05 junho 2005

Tentando...

"É sempre outono em minha mente,
o sol quase não aparece
e se eu não elouquecer agora , não sei mais quando.
A caminhada é eterna, mas não saio do lugar,
as mesmas antigas perguntas
sem refrigério
perdi a fé em tudo
mas continuo tentando.
Não tenho escolha,
a vida não para, seu tempo sempre me alcança
e eu não alcancei nada.]
Há cansaço nos meus braços e pernas,
se andei por algum caminho digno de ser lembrado, já não lembro mais
o que fiz que valha a pena.
A vida é uma tortura diária, com alguns banhos de espuma,
a sujeira não sai,
mas posso escondê-la, ah como posso.
Não vejo nada além do alcance dos meus olhos,
A humanidade, o super-homem, o sobrehumano
e eu olhando tudo da janela.
Acho que não tenho mais coração.