Em busca

16 outubro 2006

"Mortos..."

"As margens dos rios da babilônia,
assentado chorei,
pois não havia um que me respondesse
não havia sequer a esperança de um vento suave.
Soluços, gritos , gemidos
dores que me contorciam o ventre,
estive só.
Bradei, como criança que busca o seio materno
mas leite, este não encontrei.
Os meus sonhos morreram um a um,
quando dei de cara com o mundo
e ele não sorriu para mim.
São lamentos sobre mim mesmo,
vergonha do desânimo
o qual deixo que me abata.
Mas se eu quisesse , poderia resitir a ele?
Sinto-me pesado, arrasto meus mortos,
eles apodrecem agarrados a mim.
Seu odor faz com que mais lágrimas saiam
e meus olhos cegos
nem mesmo o brilho do sol podem mais ver.
Por que está abatida você minha alma?
Queria rasgar minha carne, deixar vazar a vida
começar tudo outra vez.
Mas como a chuva que tantas vezes cai sobre a terra seca
acabando por endurecê-la.
Assim são os lamentos que caindo sobre o coração."

06 outubro 2006

"Evanescere..."

"Houve sim um tempo
o qual eu vejo
voltando um pouco meu rosto para trás.
Onde as dúvidas faziam sentido
e eram aceitáveis
pois pensavam que elas se desfariam como nuvens
após o temporal no verão.
Mas agora, tenho que gurdar tudo para mim
pois ninguém compreenderia,
um homem,
ainda com estas dúvidas.
Meu amigo, onde está você?
Estou saindo com meu barco deste porto
sem provisões
sem mapas
o mar imenso,as estrelas
e a solidão.
Vou encontrar algum ponto
e flutuar
até que o cansaço me tome
e meu corpo encontre um descanso
nas profundezas.
Houve um tempo sim,
mas mesmo virando um pouco
já não posso tocá-lo.
As imagens estão se perdendo
os nomes se desvanecem em minha mente
só não some esta nostalgia
deste tempo que sei que houve sim.
Você consegue ouvir?"