Em busca

24 julho 2005

Morro...

"Gostaria de sair da sombra que causo,
caminhar descalço sobre as pedras quentes,
deixar-me cair sobre o asfalto,
beijar o solo em que me mato.
Morro um pouco hoje,
um pouco mais amanhã e não sei porque
ainda me preocupo em explicar, tentar agradar
a aqueles que não estão nem aí pra mim.
Se eu fosse embora agora,
achasse outro mundo
um além-daqui
onde ninguém me achasse
nenhum destes mortos que me seguem
que me perseguem e não cansam
de agarrar os meus pés
tentando me prender em seu tempo.
Morro quando não sou eu mesmo,
um pouco ontem, hoje prometo não mais me deixar morrer."

15 julho 2005

Então...

"Se é pra ser egoísta, que eu não seja onipotente,
onipresente eu não serei se é pra ser carente de amor,
Entregue estou
não sou domínio, não possuo mapas
sou sozinho e ando ao redor de mim
Olhar de fora é mais fácil
assim julgo a mim mesmo sem piedade.
Qual seria o fato, fátuo, em que me apoio?
Longo e interminável desejo
anseio que me domina
enchendo os bolsos de respostas
de onde caem enquanto caminho ao largo.
Não quero que ninguém siga meus passos,
não quero discípulos
não quero ser exemplo.
Sofro como Aquiles o medo de ser esquecido,
mas ser lembrado como?
Se sou apenas um louco sem rumo, sem graça
parcela de vidas
pequeno
nada.
Se é pra ser egoísta que eu seja eu mesmo
e que encare de frente
que eu grite na face
que olhe nos olhos
e veja além do pequeno que sou
e seja talvez alguma coisa para alguém."