"Sentado,
seus olhos fitos
naquela garrafa vazia.
No copo o último gole
e ele viajou...
...lembrou da primeira vez que a viu
cheia, com aquele líquido brilhante
suave e doce...
...lembrou de toda alegria que tiveram
juntos a cada gole.
Agora estava ali, apenas aquele resto
que ele relutava em beber
guardava já há um bom tempo
servia apenas para olhar e lembrar.
Mas resolveu esvaziá-la, mesmo sabendo que era a última vez
De que adianta guardar o último gole, a última alegria
Queria senti-la uma última vez ao menos
Pensou em misturar, o que quer que fosse
para fazer durar mais, mas sabia que não seria o mesmo
mas uma ilusão, algo que ele já havia tentado antes...
Bebeu, respirou fundo e a deixou ali vazia...
...no fundo sabia que a mágica a faria encher-se novamente
mas não para ele, seria para outro alguém
outro somente poderia se alegrar bebendo dela...
não mais ele...ele teve seu tempo
e com ela se alegrou
mas acabou...
Um comentário:
Há muito tempo fiquei de comentar este poema. Não quis não sei bem a razão... Acho que minhas palavras se dirigem sempre pro mesmo lado, o olhar que tenho sobre isso. Nao escrevi porque sabia que haveria dor na resposa.
Respondo, então. Escrevi em 2009 um pequeno texto que resume o que penso:
Sim, é triste enterrar flores.
Mas mais triste é regá-las mortas.
Postar um comentário