Em busca

25 março 2014

"Zumbis...

"Afinal somos todos zumbis,
 morremos a partir da concepção
 e passamos a vida arrastando nossos corpos
 por aí...
 ...desesperadamente olhamos ao redor
 buscando nossas diferenças
 mas nos vemos iguais..
 ...angustiosamente iguais.
 Buscamos respostas,
 amando,
 crendo,
 odiando,
 temendo,
 sendo sábios tolos,
 aprendendo até que algo novo se apresente,
 precisando ser novamente apreendido.
 Ah! Maledetta consciência
 que nos assola,
 mais fácil seria não pensar,
 não entender
 o tão pouco que sabemos...
Afinal somos todos zumbis
e mais um dia de morte se vai
aguardando o momento de viver".

4 comentários:

Edna Hornes disse...

É, algum sábio anônimo disse que "nascer é começar a morrer". Fico pensando em como a gente se sente cobrado em realizar plenamente, em parecer plenamente - e permanentemente - alegre, como se essa fosse a obrigação do humano contemporâneo. Nessas horas, penso também que essa "obrigação de plenitude", maldosamente associada com "felicidade", foi criada para a gente sempre correr atrás, realizando e operando, para o lucro de uma minoria mundial. Estatisticamente, é assim mesmo, a avassaladora maioria gira a manivela loucamente enquanto poucos recebem a água fresca da roda que nós giramos, loucos em alcançar uma miragem que nos foi imposta - sim, imposta - e colocada estrategicamente diante de nós para, como as historinhas mostram, nós, os burricos, corremos atrás de uma cenoura diante de nós sem jamais alcançá-la, tendo em nossas costas uma carga difícil de suportar.

Edna Hornes disse...

Seguindo...

Essa é o peso da suposta felicidade. Ainda que não busquemos essa tal plenitude-miragem, somos bombardeados diariamente com questionamentos a respeito de falta de realização, infelicidade - ou felicidade não alcançada -, perda de sentido.

Será que a pressão externa nos empurra a procurar algo que não vamos encontrar? Doí e chorei por isso por anos, mas hoje não vou mais atrás de sensações de alegria plena, sorriso mostrado pros outros, aparências de realização. Me conformei com minha pequenez e mediocridade. Faço parte dos bilhões que estão no nível do meio, que não realizarão grandes coisas, que não serão impressionantes, que não alcançarão miragens. Porque são miragens. E a gente precisa ver isso pra entender que é gente e não zumbi.

Edna Hornes disse...

Hm, acho que tangenciei um pouco do que você trata. Mas usei alguma ideias to teu texto e escrevi isso tudo, que me saltou aos olhos e vontade de dizer.

Sempre abraços.

Übermensch disse...

Como sempre perfeita em sus comentários...