"Vai, pode ir
não vou te segurar
se abrir esta porta
não precisa voltar
Sei que já falei tantas vezes
que você nem mesmo leva a sério
Mas agora é real..
Deixe pelo menos um pouco de mim
para que eu possa me encontrar
quando for andar
nas ruas que juntos vimos nascer.
Vou caminhar sozinho agora
sobre as pedrasque você me atirou.
Vai pode ir eu já entendi
o amor não dura para sempre,
mesmo assim eu demorei para aceitar
Que para mim, não seria assim
acreditei no irreal
Vi várias portas entreabertas
mas nunca pensei
que por ali
iria embora
quem tanto amei...
Se um dia pensa em voltar
que seja logo
ou nunca mais, ou nunca mais...
3 comentários:
Nossa, muito forte e dolorido. Muito. Mas senti aqui que junto com a dor há também um certo alívio e alegria em finalmente poder perceber que sente essa dor de perda/dor do fim, que pode até dizê-lo. Essa sensação, apesar de sempre conviver com uma grande dor, é muito preciosa.
Gostei muito de "vou caminhar sozinho agora sobre as pedras que você atirou". Essa imagem parece resumir o que faz com que o poema exista.
No final, ainda com essa dor de "moer o coração", há um lampejo de esperança ("se um dia pensa em voltar, que seja logo"). Mas essa esperança tem fim com tempo marcado, em um recado antecipado. Há esperança, mas é pouca. E como areia de ampulheta, está no fim. Bem no fim. Bem no fim.
Como sempre os teus comentários deixam o escrito bem melhor do que era antes deles..
Imagine, né... eu só jogo holofote e evidencio o que já está lá.
;)
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