Em busca

30 abril 2012

"Semente na estrada...

"Não , não pense que eu tenho medo de caminhar
 não se trata de medo
é que já conheço alguns destes caminhos
que oferecem para mim
Sei aonde levam e quem vou no caminho encontrar
por isto evito estas sendas antigas
caminhos já muito pisados
trilhados por todos
terra infértil
e sem graça
onde nada nascerá.
 Não , não pense que eu tenho medo de caminhar
não se trata de medo
é que estes velhos caminhos já não me seduzem mais
ainda que se ofereçam pra mim
não sei mais se lembro os passos que neles eu dei
por isto as vezes volto por estas trilhas
caminhos que outros pisaram
mas que eu mesmo não trilhei
quem sabe é hora
que graça seria
se eu fizesse alguma semente ali nascer."

2 comentários:

Edna Hornes disse...

Desistir de continuar regando sementes em solo infértil não é medo, é coragem de admitir que não adianta insistir, porque as sementes merecem um lugar para nascer.

Posso ser repetitiva, mas esse texto me lembra muito daquele que fala da dor de regar flores mortas. É doído deixar a terra onde sonhos foram plantados, mas se eles não nascem, há um sinal de morte. Um sinal que não pode ser negado.
O terrível disso é saber que por um lado, insistir em fazer nascer algo do nada é impossível e causa dor, também causa muita dor desistir dessa terra.
Ficar doi... largar doi. E agora?

Anônimo disse...

Com toda a força que teus amigos te dão pra desistir, ainda tens dúvida?